FATOS POLICIAIS

domingo, 15 de outubro de 2023

ANA ANGELINA DE AMORIM MACEDO

 


ANA ANGELINA DE AMORIM MACEDO , PATRONA DA CADEIRA DE Nº 18, DA EXTINTA ACADEMIA POTIGUAR DE LETRAS, QUE TEVE COMO FUNDADOR: OLEGÁRIO DE OLIVEIRA JÚNIOR, ASSUENSE, NASCIDO EM 22 DE SETEMBRO DE 1895

Angelina Macedo,  natural da cidade de Assú, Estado do Rio Grande do Norte, nascida no dia  22 de janeiro de 1875 e faleceu em sua aterra natal, a 5 de junho de 1906, poetisa do Assu, ainda é pouco lembrada na terra em que nascera. De tradicional família originária da cidade do Porto, Portugal. De temperamento sentimental, casou-se em 1896 e, pouco tempo depois, fora abandonada pelo marido.

O antologista Ezequiel Fonseca Filho depõe que o lirismo de Angelina também está marcado pela melancolia, pela religiosidade e por acentuados elementos românticos e simbolistas". E vai mais adiante ao dizer que Angelina , "não encontrando a realização dos seus sonhos de adolescente", escreveu na sua desilusão o soneto que, penso eu, parece com a forma de poetar de Florbela Spanca (uma das maiores vozes da poesia lusitana do século XX). Senão vejamos:

Sonhei que era feliz e que era amada,

Que ao lado de meus pais tranquilamente,

Passava minha vida sorridente,

Sem nunca pela dor ser perturbada.

Nessa doce ilusão, sendo embalada,

Áureos castelos levantei na mente

E por linda visão aurifulgente,

Era ao céu de fantasia arrebatada.

Porém ao despertar do grato sonho,

Ao ver o meu presente tão tristonho,

Tão negro como fora o meu passado.

Quisera viver sempre adormecida,

Do mundo e de todos esquecida,

Ou ao menos, meu Deus, não ter sonhado!

Angelina fora acometida por uma doença incurável, solitária e sentindo a morte chegar escreveu o soneto intitulado 'Resignação', que diz assim:

Bendita seja a mão, que o golpe envia

Sobre a minha cabeça tão cansada;

Que me adverte ao fim desta jornada, e um dia

Na floresta da vida, erma e sombria.

Àqueles que disseram: Volto ao Nada,

A que triste, viveu somente um dia,

Eu direi: Enganai-vos! A alegria

Espera-me no Além, na Pátria amada.

Não criminem a morte, que me leva

Ao ver estrela que no azul cintila...

A luz, que vem do céu, não chamem treva!

Pouco a pouco, a matéria se aniquila,

Mas a alma imortal aos céus se eleva...

Que venha, pois, a morte - estou tranquila.

(Fonte: Poetas e Boêmios do Assu, 1984, de Ezequiel Fonseca Filho)

FONTE -  FERNANDO CALDAS

ANA ANGELINA DE AMORIM MACEDO

  ANA ANGELINA DE AMORIM MACEDO , PATRONA DA CADEIRA DE Nº 18, DA EXTINTA ACADEMIA POTIGUAR DE LETRAS, QUE TEVE COMO FUNDADOR: OLEGÁRIO DE O...